terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Da mamãe que a ama.


Viajei com as amigas, voltei pra São Paulo quando no dia seguinte fico sabendo que a Erika estava dodói, com caxumba. Eu e minha avó procuramos a minha carteirinha de vacina, sim eu tomei vacina contra caxumba quando era pequena! E durante essa busca pela carteirinha vimos o jornalzinho do Parque da Mônica que tem uma foto minha e do meu primo (eu sempre vejo esse jornalzinho) e encontramos um tesouro, algo muito especial que eu não me recordava.

Encontramos 3 cartões de natal escritos pela minha mãe em Dezembro de 1998. Como era o combinado passavamos o natal com o pai e a virada de ano com a mãe e naquele ano minha mãe comprou os cartões do Programa Crer para Ver que financiava projetos para o sucesso da criança na escola, ela adorava causas sociais *-* E em cada um desses cartões ela deixou sua mensagem para cada um de seus filhos, o Pedro Ivo nem era nascido neste ano e os cartões eram pra mim, pro Bruno e pro Tiago. Nenhum de nós lembravamos desses cartões.

São mensagens lindas, na letra dela, com a assinatura dela, com o jeitinho dela.

Ai eu penso como os cartões, as palavras, as frases, os votos de felicidade possuem um significado IMENSO. Quando recebi esse cartão dela eu tinha 7 anos devo ter lido, agradecido e pronto, fiquei distraída com o brinquedo ou roupa que ganhei naquele natal. E hoje me deparo com as palavras dela e vejo como foi bom ela ter escrito aquilo pra mim, como ela faz falta na minha vida, como eu sinto saudades dos seus abraços, beijos, broncas, sorrisos e risadas e sei que ela ainda vive em mim e nos meus irmãos. E como diz o trecho de uma música da Ana Carolina, Quem de nós dois: E faço das lembranças um lugar seguro e como diz a Adriana Calcanhoto na música Vambora: Ainda tem o seu perfume pela casa, ainda tem você na sala. Eu a vejo no jeitinho de dormir do meu irmão mais velho e do mais novo, na facilidade de acordar cedo do meu irmão mais velho, no bom-humor do meu irmão do meio, na minha risada escandalosa.

Como ela era linda, gostava de ajudar as pessoas chegando a dar roupas para uma senhora que morava na rua e não tinha família e assim ela deu as roupas da minha avó sem ela saber, HAHAHA e eu ainda ajudei a arrumar as roupas.

São tantas as lembranças em tão poucos anos. Lembro de viagens, passeios e momentos em casa, o nascimento do Pedro Ivo, os banhos que ela dava nele, as idas ao clube, sítios, praias, febres que eu tive e ela cuidou, a dificuldade que tive para aprender a ler e a insistência dela para que eu aprendesse, os filmes que vimos, e como eu esperava ansiosa pela chegada dela e o quanto eu ficava feliz quando ouvia o barulho do chaveiro dela na porta que era um sinal para que eu e meu irmão saissemos correndo para abraça-la.

É como no trecho da música Eu Espero em que a Luiza Possi canta: Vai sim, vai ser sempre assim, a sua falta vai me incomodar e quando eu não aguentar mais vou chorar baixinho pra ninguém ouvir!

Abaixo o cartão de natal, com as mensagens do cartão e as mensagens dela, em 1998 aprendi a ler e escrever e como não fiz pré-escola enfrentei dificuldades na escola ficando de recuperação na 1ª série, rsrs mas eu passei de ano :) e ela me parabenizava por isso.

Meu cartão de Natal:

A VIDA SE CONTRAI E SE EXPANDE PROPORCIONALMENTE À CORAGEM DO INDIVÍDUO Anaïs Nin

Dezembro 98

Amanda;

Parabéns, minha florzinha, hoje você venceu a primeira grande batalha de sua vida e provavelmente outras surgirão em seu caminho e, com certeza, sairá vitoriosa.

Que Deus a ilumine.
Feliz Natal.
Da mamãe que a ama.

Da Guia

UM ANO CHEIO DE EXPANSÃO E CRESCIMENTO!

Hoje eu vivo com o sentimento da saudade sempre voltando para os meus primeiros 9 anos de vida e sei que aproveitei intensamente os anos que pude viver ao lado dela e o mais importante é que tento aproveitar ao máximo os meus dias, a minha família e os meus amigos porque a única coisa que temos é O AGORA!

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